Num movimento de consolidação estratégica e diversificação de portfólio, as gestoras paranaenses CTM Investimentos e a TM3 Capital estão unindo suas operações. A fusão, que será concretizada por meio de troca de participações, resulta em uma firma com R$ 1,4 bilhão sob gestão, entre fundos líquidos e ilíquidos, abertos e fechados.
“Tem sinergia até no nome”, brinca Daniel Alberini, sócio da CTM. Com a junção, a empresa resultante vai se chamar CTM3. “Já temos um ticker pronto para a bolsa", continua o gestor, em referência a um sonho ainda distante de ter capital aberto.
Criada por Marcel Malczewski, um dos fundadores da Bemactech, de automação comercial, a TM3 nasceu com especialidade em venture capital, além de atender real estate, fundos estruturados e corporate finance. Já a CTM, mais robusta, faz gestão de fundos, carteiras administradas e estruturas offshore — são cinco veículos abertos e 10 exclusivos no portfólio. Ambas as empresas estão no mercado financeiro há mais de 10 anos.
Malczewski tem longa carreira em tecnologia e um histórico de sucesso com a Bematech que, em 2015, foi comprada pela TOTVS, de Laércio Cosentino, por R$ 550 milhões. Apenas quatro anos depois, a Elgin adquiriu o negócio por menos de 5% disso, num deal de R$ 25 milhões. Quando saiu da operação diária da empresa de automação comercial, ainda em 2011, o executivo começou com um FIP. Hoje, a TM3 já está captando seu sexto fundo.
"As duas empresas são super complementares, não há conflito", conta Malczewski. "A gente já tinha começado a ter conversas e buscar uma possibilidade de crescimento inorgânico. Ao mesmo tempo, o Daniel estava buscando alguém que tivesse conhecimento em VC para ampliar a atuação. Ficou claro que tinha muita sinergia a explorar."
A futura companhia será presidida por Malczewski e terá como diretores Alberini e Pedro Ferroni, já parceiros na CTM, e Gustavo Budziak, também sócio da TM3. A holding já nasce com escritórios em Florianópolis (SC) e Vitoria (ES), além da sede em Curitiba, cidade de origem das duas. Um novo ponto físico, para fins comerciais, será aberto também em São Paulo.
Com uma operação mais robusta, a ideia é crescer em participação de mercado e atrair mais investidores institucionais. Enquanto a CTM tem 2,5 mil investidores pessoa física, a TM3 conta com family offices e bancos de fomento como o BNDES, Banestes e o Bradesco no portfólio.
A fusão abre também possibilidade para operações cruzadas. As 48 startups atualmente investidas pela TM3 podem se beneficiar de crédito gerado por outras estruturas e fundos da CTM e assim por diante. O plano é chegar a R$ 3 bilhões sob gestão em dois anos.
O volume projetado, embora seja o dobro do que existe hoje, representa a metade dos R$ 5,7 bilhões sob a gestão de concorrentes regionais como a Quantitas, em Porto Alegre, por exemplo. Mas não é uma soma desprezível. "Queremos ser uma referência no Sul do país", diz Alberini.
Fonte: https://pipelinevalor-globo-com.cdn.ampproject.org/c/s/pipelinevalor.globo.com/google/amp/mercado/noticia/ctm-investimentos-e-tm3-capital-fazem-fusao-para-crescer-no-sul.ghtml
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